sexta-feira, 26 de junho de 2015

Imunidade Inata e Adaptativa

O sistema imunológico representa a principal barreira do hospedeiro contra as infecções, e tem a capacidade de realizar uma resposta rápida e efetiva contra os patógenos invasores. Além disso, pode elaborar um outro tipo de resposta igualmente eficaz, porém mais lenta e duradoura. Estes dois tipos de respostas são efetuadas pelos sistemas imune inato e adaptativo, respectivamente. Ambos os sistemas (inato e adaptativo) dependem da atividade das células brancas, ou leucócitos. A imunidade inata é mediada principalmente pelos macrófagos e granulócitos, enquanto a imunidade adaptativa é mediada pelos linfócitos, como ilustrado na Figura 2.1. As células do sistema imune inato estão imediatamente disponíveis para o combate contra uma ampla variedade de patógenos, sem exigir prévia exposição aos mesmos, e atuam do mesmo modo em todos os indivíduos normais. Os macrófagos e neutrófilos possuem a capacidade de ingerir e digerir vários microrganismos e partículas antigênicas. O macrófago também possui a habilidade de apresentar antígenos a outras células, sendo portanto denominado de célula apresentadora de antígeno (APC – antigen presenting cells). Os granulócitos, ou leucócitos polimorfonucleares, constituem um grupo de células com núcleos multilobulados contendo grânulos citoplasmáticos preenchidos com elementos químicos (enzimas), como ilustrado na Figura 2.2. Os neutrófilos são os elementos celulares mais numerosos e importantes da resposta imune inata, e também têm a capacidade de ingerir patógenos. Os eosinófilos são importantes principalmente na defesa contra infecções por parasitas, e a função dos basófilos ainda não é bem conhecida (Janeway et al., 2000). Uma resposta imune específica, como a produção de anticorpos a um determinado agente infeccioso, é conhecida como uma resposta imune adaptativa. Os anticorpos são produzidos pelos linfócitos B (ou células B) em resposta a infecções, e sua presença em um indivíduo reflete as infecções às quais o mesmo já foi exposto. Os linfócitos são capazes de desenvolver uma memória imunológica, ou seja, reconhecer o mesmo estímulo antigênico caso ele entre novamente em contato com o organismo, evitando assim o restabelecimento da doença (Sprent, 1994; Ahmed & Sprent, 1999). Assim, a resposta imune adaptativa aperfeiçoa-se a cada encontro com um antígeno.



     Os linfócitos que medeiam uma resposta imune adaptativa são responsáveis por reconhecer e eliminar os agentes patogênicos, proporcionando a imunidade duradoura, a qual pode ocorrer após a exposição a uma doença ou vacinação. A grande maioria dos linfócitos encontra-se em estado inativo, e possuirão atividade quando houver algum tipo de interação com um estímulo antigênico, necessário para a ativação e proliferação linfocitária. Existem dois tipos principais de linfócitos: linfócitos B (ou células B) e linfócitos T (ou células T), como ilustrado na Figura 2.1. As células B e T expressam, em suas superfícies, receptores de antígeno altamente específicos para um dado determinante antigênico. Enquanto a resposta imune adaptativa resulta na imunidade contra a reinfecção ao mesmo agente infectante, a resposta imune inata permanece constante ao longo da vida de um indivíduo, independente da exposição ao antígeno (Scroferneker & Pohlmann, 1998). Esta é uma importante diferença entre a resposta adaptativa e a resposta inata. Em conjunto, os sistemas inato e adaptativo contribuem para uma defesa notavelmente eficaz, garantindo que, embora passemos nossas vidas cercados por germes potencialmente patogênicos, apresentemos resistência às enfermidades.

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