segunda-feira, 29 de junho de 2015

O que é:


O sistema imunológico humano(ou sistema imune, ou ainda imunitário) consiste numa rede de células, tecidos e órgãos que atuam na defesa do organismo contra o ataque de invasores externos. Estes invasores podem ser microrganismos (bactérias, fungos, protozoários ou vírus) ou agentes nocivos, como substâncias tóxicas (ex. veneno de animais peçonhentos).
Mas não é só isso ele também é responsável pela “limpeza” do organismo, ou seja, a retirada de células mortas, a renovação de determinadas estruturas, rejeição de enxertos, e memória imunológica. Também é ativo contra células alteradas, que diariamente surgem no nosso corpo, como resultado de mitoses anormais. Essas células, se não forem destruídas, podem dar origem a tumores.

Células do sistema imune são altamente organizadas como um exército. Cada tipo de célula age de acordo com sua função. Algumas são encarregadas de receber ou enviar mensagens de ataque, ou mensagens de supressão (inibição), outras apresentam o “inimigo” ao exército do sistema imune, outras só atacam para matar, outras constroem substâncias que neutralizam os “inimigos” ou neutralizam substâncias liberadas pelos “inimigos”.

domingo, 28 de junho de 2015

Compreendendo o Sistema Imune:

Anticorpo: Uma proteína, produzida pelos linfócitos B, que reage com um antígeno específico; também denominado imunoglobulina.
Imunoglobulina: Sinônimo de anticorpo.
Antígeno: Qualquer molécula capaz de estimular uma resposta imune.
Interleucina: Um tipo de citocina que influencia uma série de células.
Célula: A menor unidade viva dos tecidos, composta por um núcleo e um citoplasma envolta por uma membrana. O núcleo contém DNA e o citoplasma contém estruturas (organelas) que realizam as funções celulares.
Leucócito: Um glóbulo branco. Os linfócitos e os neutrófilos, entre outros, não leucócitos.
Quimiotaxia: Um processo de atração e recrutamento das células no qual uma célula desloca-se em direção a uma concentração mais elevada de determinada substância química.
Linfócito: A principal célula do sistema linfático, subcategorizada como linfócitos B(que produzem anticorpos) e linfócitos T (que ajudam o corpo a diferenciar entre o que lhe é próprio do que não o é).
Complemento: Grupo de proteínas que ajuda a atacar antígenos.
Macrófago: Grande célula que engloba (ingere) micróbios depois deles terem sido marcados para serem destruídos pelo sistema imune.
Citocinas: Proteínas solúveis, secretadas por células do sistema imune, que funcionam como mensageiros para ajudar na regulação de uma resposta imune.
Complexo de histocompatibilidade principal (MHC, major histocompatibility complex): Grupo de moléculas importante por auxiliar o organismo a diferenciar o que lhe é próprio do que não o é.
Endocitose: Processo através do qual macélula fagocita (ingere) certos antígenos.
Molécula: Um grupo (agregação) de átomos quimicamente combinados para formar uma substância química única.
Histocompatibilidade: Literalmente significa tecido compatível. Utilizada para determinar se um tecido ou órgão transplantado (por exemplo, transplante de medula óssea ou de rim) será aceito pelo receptor. A histocompatibilidade é determinada pelas moléculas do complexode histocompatibilidade principal.
Célula assassina natural: Um tipo de linfócito que pode matar determinados micróbios e células cancerosas.
Antígenos leucocitários humanos (HLA,human leucocyte antigens):Sinônimo docomplexo de histocompatibilidade principal.
Neutrófilo: Um grande leucócito que fagocita (ingere) antígenos e outras substâncias.
Resposta imune: A resposta a um antígeno pelos componentes do sistema imune, sejam células ou anticorpos.
Peptídeo: Dois ou mais aminoácidos quimicamente ligados para formar uma única molécula.
Proteína: Um grande número de aminoácidos quimicamente ligados numa cadeia. As proteínas são peptídeos grandes.
Receptor: Molécula localizada sobre a superfície celular ou no citoplasma que se encaixa numa outra molécula, como um sistema de chave e fechadura.

sábado, 27 de junho de 2015

As Barreiras de Defesa do Organismo


* 1ª barreira inespecífica (imunidade inata)


A pele como barreira

A epiderme e formada por células mortas queratinizadas, que contribuem para a impermeabilização da pele. O suor, lágrima e saliva (ricas em lisozima), a secreção sebácea e o grau de acidez (pH 3 a 5) impede a proliferação de alguns microrganismos patogênicos.

A barreira das vias aéreas superiores

A presença de muco contendo moléculas, como a lisozina, também é encontrada nas lagrimas (ao redor dos olhos) e na saliva. A existência de cílios, auxiliam o deslocamento das impurezas.

A barreira das vias digestória e urogenital

As condições de alcalinidade ou acidez de cada órgão dificultam o desenvolvimento de vírus, bactérias, protistas, fungos e outros agentes patológicos. Por exemplo, devido ao seu alto grau de acidez, o estômago provoca a morte de inúmeros agentes infecciosos.

 * 2ª barreira inespecífica (resposta inflamatória)
Caso as primeiras barreiras não sejam eficazes, haverá uma outra, onde será indispensável a participação dos macrófagos e neutrofilos. Neste estagio, o elemento estranho (antígenos) estimular a liberação de agentes quimiotaticos. Essas moléculas servirão para atrair os neutrofilos e macrofagos circulantes (células com capacidade fagocitária). Nesta seqüência haverá formação de processo inflamatório.
Neste tipo de combate, as células de defesa que estão circulando nos vasos sangüíneos e linfaticos, atravessam suas paredes (diapedese) indo de encontro aos antígenos invasores.


* 3ª barreira de defesa (resposta imune)
Esta barreira caracteriza-se pela sua capacidade de especificidade e de memória. Na primeira, reconhece e elimina microrganismos ou moléculas estranhas ao organismo, enquanto que na segunda, reconhece um antígeno que já tenha entrado em contato com o corpo e produz mais rapidamente anticorpos para este antígeno.
Alguns órgãos estão envolvidos na resposta imune, na fabricação de células e moléculas, permitindo assim um estado de alerta do corpo. Entre os órgãos temos:
Órgãos primários
- Medula óssea (produção do linfócito T)
- Timo (amadurecimento do linfócito T)
Órgãos secundários
- Baço
- Linfónodos
A resposta imune responde aos antígenos produzindo uma proteína específica denominada anticorpo, genericamente chamado de imunoglobulina.

A imunidade humoral e imunidade celular

Os macrófagos são células responsáveis por apresentar os linfócitos T.
O linfócito B será responsável pela ativação dos anticorpos para garantir o sucesso da resposta imune. O linfócito B se diferencia em dois tipos celulares: os plasmócitos (produção de anticorpos) e formação de células da memória, que serão utilizadas no caso de uma outra exposição ao mesmo antígeno.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Imunidade Inata e Adaptativa

O sistema imunológico representa a principal barreira do hospedeiro contra as infecções, e tem a capacidade de realizar uma resposta rápida e efetiva contra os patógenos invasores. Além disso, pode elaborar um outro tipo de resposta igualmente eficaz, porém mais lenta e duradoura. Estes dois tipos de respostas são efetuadas pelos sistemas imune inato e adaptativo, respectivamente. Ambos os sistemas (inato e adaptativo) dependem da atividade das células brancas, ou leucócitos. A imunidade inata é mediada principalmente pelos macrófagos e granulócitos, enquanto a imunidade adaptativa é mediada pelos linfócitos, como ilustrado na Figura 2.1. As células do sistema imune inato estão imediatamente disponíveis para o combate contra uma ampla variedade de patógenos, sem exigir prévia exposição aos mesmos, e atuam do mesmo modo em todos os indivíduos normais. Os macrófagos e neutrófilos possuem a capacidade de ingerir e digerir vários microrganismos e partículas antigênicas. O macrófago também possui a habilidade de apresentar antígenos a outras células, sendo portanto denominado de célula apresentadora de antígeno (APC – antigen presenting cells). Os granulócitos, ou leucócitos polimorfonucleares, constituem um grupo de células com núcleos multilobulados contendo grânulos citoplasmáticos preenchidos com elementos químicos (enzimas), como ilustrado na Figura 2.2. Os neutrófilos são os elementos celulares mais numerosos e importantes da resposta imune inata, e também têm a capacidade de ingerir patógenos. Os eosinófilos são importantes principalmente na defesa contra infecções por parasitas, e a função dos basófilos ainda não é bem conhecida (Janeway et al., 2000). Uma resposta imune específica, como a produção de anticorpos a um determinado agente infeccioso, é conhecida como uma resposta imune adaptativa. Os anticorpos são produzidos pelos linfócitos B (ou células B) em resposta a infecções, e sua presença em um indivíduo reflete as infecções às quais o mesmo já foi exposto. Os linfócitos são capazes de desenvolver uma memória imunológica, ou seja, reconhecer o mesmo estímulo antigênico caso ele entre novamente em contato com o organismo, evitando assim o restabelecimento da doença (Sprent, 1994; Ahmed & Sprent, 1999). Assim, a resposta imune adaptativa aperfeiçoa-se a cada encontro com um antígeno.



     Os linfócitos que medeiam uma resposta imune adaptativa são responsáveis por reconhecer e eliminar os agentes patogênicos, proporcionando a imunidade duradoura, a qual pode ocorrer após a exposição a uma doença ou vacinação. A grande maioria dos linfócitos encontra-se em estado inativo, e possuirão atividade quando houver algum tipo de interação com um estímulo antigênico, necessário para a ativação e proliferação linfocitária. Existem dois tipos principais de linfócitos: linfócitos B (ou células B) e linfócitos T (ou células T), como ilustrado na Figura 2.1. As células B e T expressam, em suas superfícies, receptores de antígeno altamente específicos para um dado determinante antigênico. Enquanto a resposta imune adaptativa resulta na imunidade contra a reinfecção ao mesmo agente infectante, a resposta imune inata permanece constante ao longo da vida de um indivíduo, independente da exposição ao antígeno (Scroferneker & Pohlmann, 1998). Esta é uma importante diferença entre a resposta adaptativa e a resposta inata. Em conjunto, os sistemas inato e adaptativo contribuem para uma defesa notavelmente eficaz, garantindo que, embora passemos nossas vidas cercados por germes potencialmente patogênicos, apresentemos resistência às enfermidades.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

As Células do Sistema Imune


As principais células que participam do sistema imune são os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos do sangue, que são originados na medula óssea e são responsáveis pela destruição de corpos estranhos que invadem nosso organismo. Existem vários tipos de leucócitos, que podem ser classificados de acordo com sua morfologia nuclear: mononucleares (linfócitos T, linfócitos B, células exterminadoras ou natural killer, monócitos, macrófagos e células dendríticas) ou polimorfonucleares (neutrófilos, eosinófilos, basófilos e mastócitos).
Os monócitos, os macrófagos, os neutrófilos e as células dendríticas também podem ser classificados como fagócitos, por serem capazes de fagocitar (englobar) e destruir antígenos (invasores), ou ainda podem ser denominados células apresentadoras de antígenos, por serem capazes de expor, em sua superfície, fragmentos de antígenos fagocitados para serem reconhecidos por linfócitos. Os linfócitos, por sua vez, são as células-chave no controle da resposta imune, e compõem 20% a 30% dos leucócitos circulantes no sangue dos adultos. Divididos em linfócitos T e linfócitos B, são capazes de reconhecer especificamente os antígenos, diferenciando-os dos componentes próprios do organismo.
Os linfócitos T podem ser classificados em citotóxicos (CD8) ou auxiliares (CD4). Os linfócitos T citotóxicos são importantes no combate à infecção viral, uma vez que têm a capacidade de reconhecer e destruir células infectadas por vírus. Já os linfócitos T auxiliares exercem papel central no controle e desenvolvimento da resposta imune. Estas células podem ser ativadas pelo reconhecimento de corpos estranhos (antígeno) apresentados por células apresentadoras de antígenos. Após este reconhecimento, os linfócitos são ativados e induzidos a produzir proteínas, como as citocinas, que agem na ativação de outras células do sistema imune.
Dentre os componentes do sistema imune ativados pelos linfócitos T auxiliares durante o processo de apresentação de antígenos, destacam-se os linfócitos B. Estas células estão geneticamente programadas para codificar receptores específicos para um determinado antígeno. Uma vez ativadas, as células B produzem e secretam, na forma solúvel, uma enorme quantidade de moléculas receptoras, que são conhecidas como anticorpos ou imunoglobulinas.
Os neutrófilos constituem cerca de 70% dos leucócitos sanguíneos, sendo assim os leucócitos mais abundantes. São importantes células fagocitárias e têm a capacidade de migrar dos vasos sanguíneos para os tecidos, onde podem atuar no combate aos agentes invasores. Função semelhante pode ser exercida pelos monócitos que, após migrarem para os tecidos, são diferenciados em macrófagos.
Os eosionófilos compreendem 2% a 5% dos leucócitos sanguíneos que são capazes de fagocitar e destruir microrganismos. Além disso, liberam histaminas e aril-sulfatase, que inativam os produtos dos mastócitos. Desta forma, diminuem a resposta inflamatória.

Os basófilos são semelhantes aos mastócitos sanguíneos e compõem o menor grupo das células polimorfonucleares envolvidas no sistema imune.


Bibliografia (s)

Abbas AK, Lichtman AH, Pober JS. Células e Tecidos do Sistema Imune. In: Abbas AK, Lichtman AH, Pober JS. Imunologia Celular e Molecular. 3 ed. Revinter. Rio de Janeiro; 2000. p.16-32.
Roit I, Brostoff J, Male D. Imunologia. São Paulo; Manole, 1999.
Duarte ACG.Imunologia Básica. In: Duarte ACG. Semiologia Imunológica Nutricional. Axcel Books do Brasil Editora; Rio de Janeiro, 2003. p.2-20.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

A desestabilidade do Sistema Imune



A AIDS serve como um dos exemplos para se compreender o comprometimento de todo o mecanismo imune. O HIV causa baixa imunológica devido a destruição de determinados linfócitos T necessários ao processo da reposta imune. Torna o organismo susceptível a diversas doenças chamadas oportunistas (tuberculose, pneumonia e meningite).
Várias outras doenças são causadas por uma resposta exagerada do sistema imune, como as reações alérgicas (asmas, renite e urticária) que são conseqüências da liberação excessiva de histamina (produzida pelos mastócitos), que atua como vasodilatadores, permitindo a diapedese.
Ocorre também o fato do sistema imune atacar o próprio corpo, levando a doenças como a artrite reumática, esclerose múltipla e febre reumática.
A imunoprofilaxia (vacina) é a estimulação do sistema imune, através da inoculação de agentes infecciosos mortos ou com baixa capacidade patogênica. A vacina permite a memória imunológica, sem o desenvolvimento da doença.
Na imunoterapia (soro) ocorre a transferência de anticorpos previamente formados em um organismo (doador) para outro (receptor).